Desabafo Existencial





Odeio a morte.
Não porque ela leva as pessoas ou porque me ameaça, simplesmente porque existe.
É um pouco torturante analisar os fatos dentro da visão de uma lógica pouco observada dentre as pessoas sobre a nossa existência. O ser humano é definitivamente a criatura mais inteligente e capaz que existe sobre a face da Terra, uma maquina engenhosa e fascinante capaz de resistir a uma gama incrível de problemas, doenças, catástrofes naturais e danos terríveis, mas não resiste à simples ação do tempo.
Ciência, religião, crenças adversas. Tudo defende a morte como pode simplesmente pra não parecer tão ruim ou doloroso. Homens poderosos e inteligentes de todas as partes do mundo criaram seus meios e desenvolveram suas habilidades pra consolar a droga do lado sentimental de cada membro da sua árvore sociológica, mas ignoram com todas as forças qualquer influência que possam exercer com lógica pura simplesmente por questões morais.
Se existe um Deus ou Demônio em algum lugar, pra mim eles são a mesma coisa..., o tempo.
Está presente em todos os lugares. O tempo tudo cria, tudo melhora, tudo piora, tudo dá, tudo tira... Em tudo ele influencia, traz e leva tudo e a todos.
É a existência mais imperceptível e incrivelmente poderosa que existe no universo. Só quando se pensa nele é que se nota tudo o que é capaz de fazer e a clareza com que os fatos se encaixam.

“Hoje conheço Maria.
Gosto de Maria.
Fico feliz com Maria.
Amo Maria.
Quero me casar com Maria.
Programo uma vida com Maria.
Maria viaja.
Maria fica fora seis meses.
Conheço Ana.
Amo Maria.
Gosto de Ana.
Fico feliz com Maria.
Gosto de Ana.
Gosto de Maria.
Fico Feliz com Ana.
Amo Ana.
Caso-me com Ana.
Tenho filhos com Ana.
Viajo com Ana.
Mudo-me pra Londres com Ana.
E Maria... Maria? Que Maria?
“- Essa no seu celular.”
“- Não sei. Não me lembro.””


Poderia ficar aqui por horas digitando tudo o que se passa pela minha cabeça acerca disso.
No fim tudo é uma questão de opinião e diferente do que o substantivo aparenta, basicamente influenciará em toda a sua vida do inicio ao fim com mais poder do que se pode imaginar.
Assim que não houver mais problemas ou questionamentos acerca do tempo não haverá necessidade de se ter um Deus e poderemos responder finalmente a pergunta feita pelo velho de Waking Life: “Qual é a característica humana mais universal? O medo ou a preguiça?”
Sem o tempo não existirá medo. Logo sem o medo restará apenas a preguiça uma vez que é fato que o ser humano jamais atingirá o mínimo do seu verdadeiro potencial.
Tudo pra nada?
Não. Tudo pra nos reafirmarmos completamente insignificantes e incapazes perante nossos “Deuses” por meio novamente da ciência, da religião e das crenças adversas.

3 comentários:

Luana Passarinho disse...

Cara, muito bom.
E amei a Maria, estava até comentando com um amigo essa semana: As coisas mudam, pessoas vem e vão. É a vida.
E falar da morte é sempre meio que complicado.

Flores!

V i h disse...

Tudo é feito um pouco de vida e morte, devidamente dosados pelo tempo...
E a Maria? Foi bom enquanto ela viveu na minha mente.

Yasmin disse...

triste, não obstante, completamente verdadeiro. extraordinário como sempre. entrelinhas reveladoras de um ser incrível.