Estradas de Neve

O tempo passou demais e não conseguiu passar...
Deixou tudo inquieto, se mexendo e reaparecendo nessa incerteza de existir, se foi e continuou aqui, num silêncio cheio de palavras.
Seria tão fácil se o ar fosse menos frio, a lua menos bela, a brisa menos densa e as vozes não existissem..., se o álcool não viesse visitar quando era chamado...
Veio cheio de braços e abraços e perguntas..., e caixas de respostas, todas bem guardadas ou simplesmente inexistentes..., só foi sempre tudo crível.
Foi-se o tempo, o álcool, os algos e odores e a noite... agora durmo.
A certeza da certeza fica vaga com o tempo..., mesmo o tempo deixando tudo de lado e indo viver o seu tempo, com todos os outros relógios e ponteiros e palavras pois eles falam, abraçam e se beijam mas não se amam.
Fingiria até rezar se conseguisse me ver nos sonhos. Algos intocáveis, feitos de sentimentos e sensações..., que trazem sensações e levam pro frio no fim do mês..., ou no domingo, e me deixam aqui... esperando uma brisa que não virá.
Sem a razão me resolvo, só sem ela..., sem essa adaga que crava em cada membro e manda impulsos lógicos pra cada parte do meu corpo e me faz perder de novo o que tinha encontrado..., algo que quase não lembro, mas ainda lembro, e sinto.
Só queria deixar a direção, dar aos fantasmas e os deixar falarem. Parar de calar os pulsos que gritam e esconder as moedas de quem procura. Só queria ir pra lá, levar o tempo, encontrar as sensações e os sentimentos e abraçar, e sentir o cheiro da neve na estrada.

Não se envolva

Com problemas.
Não se envolva com pessoas de mal, com quem não te quer bem. Também não se envolva com quem te quer bem.
Com pensamentos ruins, com pensamentos bons demais e com pensamentos complicados.
Não se envolva com padeiro, médico, com o dentista, balconista..., não se envolva com frentista.
Não se envolva com seus vizinhos e seus cachorros. Não tenha cachorros.
Não se envolva com seus tios, avós, pais, irmãos... Não se envolva com a sua família, seu trabalho, suas vontades, desejos..., não se envolva com os amigos.
Tente não se envolver com pensamentos, idéias, coisas do passado e planos pro futuro..., não se envolva com nada.
Não se envolva com pessoas importantes, ídolos, fãs, mágicos, trapezistas, políticos.
Não se envolva com outras pessoas e sentimentos, carinho, afeto, felicidade, paixão, amor, confiança...
Se possível, não se envolva nem consigo mesmo.

Desabafo Existencial





Odeio a morte.
Não porque ela leva as pessoas ou porque me ameaça, simplesmente porque existe.
É um pouco torturante analisar os fatos dentro da visão de uma lógica pouco observada dentre as pessoas sobre a nossa existência. O ser humano é definitivamente a criatura mais inteligente e capaz que existe sobre a face da Terra, uma maquina engenhosa e fascinante capaz de resistir a uma gama incrível de problemas, doenças, catástrofes naturais e danos terríveis, mas não resiste à simples ação do tempo.
Ciência, religião, crenças adversas. Tudo defende a morte como pode simplesmente pra não parecer tão ruim ou doloroso. Homens poderosos e inteligentes de todas as partes do mundo criaram seus meios e desenvolveram suas habilidades pra consolar a droga do lado sentimental de cada membro da sua árvore sociológica, mas ignoram com todas as forças qualquer influência que possam exercer com lógica pura simplesmente por questões morais.
Se existe um Deus ou Demônio em algum lugar, pra mim eles são a mesma coisa..., o tempo.
Está presente em todos os lugares. O tempo tudo cria, tudo melhora, tudo piora, tudo dá, tudo tira... Em tudo ele influencia, traz e leva tudo e a todos.
É a existência mais imperceptível e incrivelmente poderosa que existe no universo. Só quando se pensa nele é que se nota tudo o que é capaz de fazer e a clareza com que os fatos se encaixam.

“Hoje conheço Maria.
Gosto de Maria.
Fico feliz com Maria.
Amo Maria.
Quero me casar com Maria.
Programo uma vida com Maria.
Maria viaja.
Maria fica fora seis meses.
Conheço Ana.
Amo Maria.
Gosto de Ana.
Fico feliz com Maria.
Gosto de Ana.
Gosto de Maria.
Fico Feliz com Ana.
Amo Ana.
Caso-me com Ana.
Tenho filhos com Ana.
Viajo com Ana.
Mudo-me pra Londres com Ana.
E Maria... Maria? Que Maria?
“- Essa no seu celular.”
“- Não sei. Não me lembro.””


Poderia ficar aqui por horas digitando tudo o que se passa pela minha cabeça acerca disso.
No fim tudo é uma questão de opinião e diferente do que o substantivo aparenta, basicamente influenciará em toda a sua vida do inicio ao fim com mais poder do que se pode imaginar.
Assim que não houver mais problemas ou questionamentos acerca do tempo não haverá necessidade de se ter um Deus e poderemos responder finalmente a pergunta feita pelo velho de Waking Life: “Qual é a característica humana mais universal? O medo ou a preguiça?”
Sem o tempo não existirá medo. Logo sem o medo restará apenas a preguiça uma vez que é fato que o ser humano jamais atingirá o mínimo do seu verdadeiro potencial.
Tudo pra nada?
Não. Tudo pra nos reafirmarmos completamente insignificantes e incapazes perante nossos “Deuses” por meio novamente da ciência, da religião e das crenças adversas.

Nada Compreensível...





Me pego num pensamento confuso.
Flutuo num mar de emoções lógicas que me prendem a cada segundo mais a um chão que não se deixa existir.

Intenso sentimento em que me vejo
Imerso num mundo que dá medo de amar.
Prendo pra cada segundo um desejo
A vontade de um beijo que só você pode dar.

Misturo tormentas num copo de vidro, pra poder olhar
E vejo emendas sem sentido
Que se jogam no mesmo cilindro
E me tiram a capacidade de pensar.

Sinto um vento de proa que sopra a face
Enquanto engana a graça da certeza
Na sombra de duvida que nasce
E no medo que encobre a beleza.

Caio então numa insanidade sóbria onde o coração grita e a lógica cala.
Já escutei demais minha irracionalidade. Ou amo ou entendo...
Ou ando.

Inocência Zero





“você é menino ou menina?” Disse a pequena garotinha intrigada no ônibus ao ver o cabelo amarrado.
“sou menino” Respondi atentamente no pensamento de que aquela havia sido uma das perguntas mais inocentes que já me fizeram.

É triste rever conceitos antigos condizentes com o que consideramos correto e comparar com a verdade. Este não é mais um mundo de crianças.
Aquela garota provavelmente terá um conceito bem desenvolvido sobre sexualidade, por exemplo, dentro de dois ou três anos.
No que transformamos a inocência?
A doentia vontade de viver a infância de cada vez mais pessoas se explica quando você para e analisa o fato de adquirirmos consciência adulta realmente muito cedo.
As coisas não acontecem apenas por ordem natural ou influencias exteriores, a própria curiosidade humana completa a equação. Embora não seja a grande culpada.
É mais ou menos o que acontece ao se pegar uma nascente de rio e canalizá-la direto para o mar. Tanto o rio quanto o percurso que ele percorreria naturalmente perdem beneficio com isso, é como se tudo fosse feito com a aplicação da filosofia: “direto ao ponto”.
O mundo adota maleficamente o uso da bomba de informações quando o assunto associa conhecimento excessivo e infância. Todos costumam achar que devemos ensinar sobre sexo para crianças pra que todas se preparem para o Mundo.
Por que pensamos e fazemos isso? Porque é fácil.
Mudar o mundo pra que possam desfrutar da sua inocência sem problemas é muito complicado e o ser humano não tem o costume de aceitar grandes desafios. Todos têm uma segunda opinião ou opção quando algo se mostra difícil demais.
Isso tudo só resulta numa quantidade crescente de crianças de oito e dez anos que se preocupam mais com política, violência, drogas e sexo do que propriamente o fato de ser criança.
Informações demais nos momentos errados da vida tiram uma liberdade demasiadamente preciosa e única. São as águas passadas do amanhã que elas estão perdendo de uma forma irrecuperável, existem coisas que só servem pra ser vividas em determinada época.
Existe muita gente que consegue ser criança mesmo quando adulto e viver numa eterna brincadeira, mas ninguém tem segunda chance pra viver uma inocência.

Bom te Ver




No gargalo do desespero e dos desejos enfim te encontro.
Numa doçura promiscua tomo teus lábios em puro veneno e superficialidade. Desejo-te mais que tudo.
O jogo de braços e mãos espertas me tira o senso do vulgar e impregna o doce forte do teu cheiro nas minhas roupas. Roupas que querem logo saltar e desertar o corpo que queima como lava.
Em meio a sussurros e caricias nervosas que não me deixam abrir os olhos sinto-lhe a boca nos ouvidos. Carne sensível que perfuras com a língua e o ar quente dos pulmões..., você me conhece bem..., sua...
Arranca-me um aperto nas roupas e um som de prazer na sua brincadeira, agora já sabe que sou quase seu.
O coração mistura tudo numa forte adrenalina que corre tão ardentemente nas veias a ponto de se sentir. Cada membro do corpo reage de uma forma de tal maneira a fazer-me notar que não tenho controle de mais nada.
Num movimento sutil entre o rápido e o maldoso me crava as unhas nos ombros. Só consigo expressar minha suplica num ardente beijo que corre enquanto desliza tuas mãos pelo meu corpo.
O fogo da pele já não suporta mais os panos. Suas mãos vêem como lagartos pegajosos e tiram-me lentamente a camisa enquanto desabotôo o ultimo dos quatro botões da sua blusa.
A repulsão dos panos logo dá lugar ao desejo incontrolável de manter em contato o quente das nossas peles.
Quente que aconchega;
que dá prazer;
que excita;
e que faz o maldito favor de me acordar num infernal calor de quarenta graus em plenas sete horas de domingo.

Amor impuro sem sentido que me aquece num fogo mortal de desejo. Bom te ver.

Teatro Nostálgico





Me pego num pensamento antigo.
Acordo e durmo numa nostalgia constante que enfumaça todos os pensamentos...
Deito um instante no sofá rasgado por traças e recordo a sala cheia, tomada por parentes brindando em taças a virada do ano. Pessoas que não existem mais cheias de palavras na boca e sorriso no rosto... “sensação esquisita”.
Ando pelo corredor numa intuição barata de lembrar-me de mais coisas e ali está no quarto sobre a cama do meu irmão, o meu bisavô com sua viola caipira e suas músicas raízes que nunca apreciei. Um olhar atencioso à família que ele se deixou esquecer quarenta anos atrás e agora tentava se reaproximar..., morreu dois meses depois disso.
Volto para o computador, escrevo e penso enquanto ouço musicas de 2004 que me fazem entrar naquele sentimento vicioso que soa como aquela famosa frase desprezível: “Eu era feliz e não sabia”.
Só nesse momento cai a consciência como um soco no peito e me caracterizo naquela classe ridícula de pessoas que entram num ninho vicioso de sofrimento e dor, e transforma tudo aquilo num drama supersaturado de verdades forçadas.
Nem dói tanto assim.

A maior parte do “todo mundo” vive e adora aquela agonia desesperadora do terror que a realidade proporciona apenas pra poder amar mais o passado. Ainda existem aqueles que resumem como: fraqueza, incapacidade, impotência, mas no fim a grande maioria é movida por gosto.
Nostalgia não é sentir pena de si mesmo por reconhecer a beleza do passado tarde demais e nem fonte de escape pra realidade. Auto-piedade não ressuscita ego, acorda caráter ou resolve problemas, essa fumaça é venenosa e cega.
Ninguém é pior ou melhor que ninguém (mentira). Mas sempre vai haver uma suculenta opção acomodada de dor e sofrimento teatral pedindo pra ajudar a sanar essa carência.
Se o problema é real, melhor deixar o teatro pros atores. Eles sofrem, choram e são ajudados de mentira. Na vida as pessoas e os sentimentos são reais.

Beleza




É a farra de sangue presa na mão santa do homem.
É o favo da morte na ambigüidade da palavra e contra qualquer ordem justa.
É o cemitério de rostos ocultos presos na ilusão da vida.
São fatos fartos, narrados por bocas vazias que já se encheram de sangue só por tentar matar a sede de justiça.
É a brigada dos vivos na terra dos mortos, é a sanidade incompetente dos perversos e é a dor; é o conforto.
A sede de “terra nova” só confronta por raça e vontade num ninho de certeza absoluta de derrota.
Preso na luta inútil dos fracos, no doce gosto da guerra que sempre ironiza o poder num sentimento inexplicável de prazer, o amor perece.
Deitada numa futilidade inconveniente que despreza o próprio nome, satiriza a própria existência e fere a fé.
Ninguém notará a rosa se houver sangue a não ser que a rosa sangre.

Quem é você?



 




Como sabe tanto sobre mim?
Como sabe que sou santo em palavras e torto em pensamentos? Quem lhe disse?
Quem lhe contou sobre aqueles erros ou sobre o que fiz na semana passada.
Não lhe deixei cartas naqueles dias e nunca te disse palavras de amor.
Não sonhei com você por semanas a fio esperando um contato ou uma atenção enquanto você se importava mais com seus afazeres e nem fui eu o homem que aguardou um pedaço do seu coração naquelas noites frias em que você preferiu simplesmente ficar em casa...
Eu não conheço você.
Eu não conheço ninguém que me ame assim como diz, com tantas palavras bonitas e tanto sentimento a ser doado, com tanto carinho, tanta paixão visível que chega a encarecer a alma do mais duro ser.
Não conheço ninguém que tenha me dito subliminarmente em todas as frases que sou o melhor homem do mundo, que sou tudo o que tem; que quer ficar comigo acima de tudo e que é grata pelo meu amor.
Nunca vi ninguém com essas características.
Não conheço alguém que preze a característica “romântico” em um homem e me ame ao mesmo tempo.
Não conheço ninguém que me valorize tanto quanto diz. Que entenda tanto das coisas que faço e gosto, que participe da tanto minha vida e me apóia tanto assim..., essa pessoa não existe;
Você deve estar enganada, você não me conhece.
Não tente insistir que sou esse homem porque esse homem deve ser feliz tendo alguém assim ao lado dele: que o ama, o respeita, tem por ele paixão, carinho, atenção e dedicação assim como diz que tem por mim.
Não sou quem você procura hoje, embora já eu tenha conhecido alguém como você. Ela me amava, respeitava, me dava carinho, atenção e dedicação, mas ela mudou e um dia me procurou dizendo que era a mesma, mas o que ela não sabia...

era que eu também tinha mudado.

O Inferno








Mil desculpas aos que esperam aqui mais um texto reflexivo ou filosófico. Há um bom tempo não escrevo por falta de tempo e inspiração mesmo, porém..., hoje fui numa balada.

Há cerca de uma semana já tinha me decidido a ir de fato nesse evento social tão aclamado pelo público jovem. Não estava nem um pouco confortável com a idéia devido ao meu grande azar em festas de qualquer gênero.
O dia chegou e apesar da falta de dinheiro, a tensão, mal estar, frio congelante e a grande probabilidade de brigar com a minha namorada, eu fui.
Chegando de carro ao local do evento já se era possível notar uma movimentação extremamente alvoroçada mesmo sem ter visão em si do estabelecimento. Alguns metros além e ao contornar aquela divina esquina, lá estava: “A visão do Inferno”.
Eram aproximadamente quinhentas pessoas num emaranhado humano tão impossível de se descrever quanto de se observar. Um som forte com pancadas vindas direto do inferno abraçavam a cena num louvor de futilidade imensurável.
Pessoas dançavam, pulavam e faziam passos esquisitos enquanto eram observadas por outros que apreciavam cada gesto como se fossem ‘os pagãos’ e os dançarinos ‘os Deuses’.
Outros lutavam pra conquistar uma boca disposta a emprestar a língua pra que pudesse ser gozada numa troca fútil e descarada de prazer sem compromisso. A dificuldade definitivamente era algo da imaginação, a competição no ringue da futilidade era de quantidade onde o caráter e o ego eram medidos pela quantidade de pessoas que se conseguia beijar.
Uma fila com dois metros de largura e vinte de comprimento se espremia por uma rampa em ziguezague comportando os baladeiros. As conversas que se podia escutar eram dos mais incríveis e variados assuntos.
Regado a um belo “esmaga - esmaga”, fumaça de cigarro e outros odores desagradáveis podia-se escutar os grandes planos e comentários sobre o evento que ocorria no estabelecimento:

“hoje eu vou pegar umas onze, porque onze é o meu numero de sorte”
“quero passar a mão em pelo menos três calcinhas hoje”
“olha aquela loira gostosa, ela é da minha escola, mas não é gostosa lá, vou pegar ela hoje”
“quero levar uma gostosa pra casa hoje”

A única indagação mental minha naquele momento era a seguinte: “onde deixei minha inteligência?” Foi um momento onde o grosso da palavra descrevia: “Pagar pra se Foder”, e eu estava ali fazendo valer cada letra.
Em quarenta e cinco minutos me movimentei por quase oito metros (o que pode ser considerado grandioso).
O tempo continuou a passar e uma estranha sensação já conhecida de mal estar começou a me tomar num gole que se dividia em fúria e desespero. Fúria que me faria matar a todos ali e o desespero que mataria a mim, mas um fio de sobriedade ainda restava em mim e com a maior força que se era possível ter eu apertei cada sentimento hostil. O que me dava um mal presságio sobre meu bem estar que estava se esvaindo mais e mais a cada segundo que se passava.
O êxtase se deu quando não pude mais mover um único músculo sequer, só haviam vozes, risos, batidas fortes, gritos e o único lugar para o qual eu podia olhar que me trazia alguma paz era o negro do céu sem estrelas da noite. Eu cheguei ao extremo.
Deus nunca me pareceu ser um cara muito chegado em baladas, mas por alguma intervenção divina ou algum acaso do demônio, minha namorada e nossa amiga decidiram que estava lotado demais e a noite dificilmente seria boa.
Mesmo já tendo ultrapassado meus limites psicológicos e físicos, ainda relutei por ficar e manter minha palavra de acompanhar-la numa noite na balada, mas elas insistiram por duas ou três vezes o que fez a mim e ao namorado da sua amiga desistirem imediatamente da luta pela entrada.
É difícil descrever qualquer sentimento ou pensamento que tenha se passado pela minha cabeça nessa noite sem citar a palavra inferno.
As pessoas passam a vida toda pensando se vão para o céu ou o inferno quando morrerem, mas mal sabem elas que ao menos para o inferno pode-se ir nos finais de semanas por bagatelas que variam de quinze a trezentos reais.

“da próxima vez não haverá desculpas, terei de entrar”