Beleza




É a farra de sangue presa na mão santa do homem.
É o favo da morte na ambigüidade da palavra e contra qualquer ordem justa.
É o cemitério de rostos ocultos presos na ilusão da vida.
São fatos fartos, narrados por bocas vazias que já se encheram de sangue só por tentar matar a sede de justiça.
É a brigada dos vivos na terra dos mortos, é a sanidade incompetente dos perversos e é a dor; é o conforto.
A sede de “terra nova” só confronta por raça e vontade num ninho de certeza absoluta de derrota.
Preso na luta inútil dos fracos, no doce gosto da guerra que sempre ironiza o poder num sentimento inexplicável de prazer, o amor perece.
Deitada numa futilidade inconveniente que despreza o próprio nome, satiriza a própria existência e fere a fé.
Ninguém notará a rosa se houver sangue a não ser que a rosa sangre.

4 comentários:

V i h disse...

É a ilusão do homem, com a crença de que sangue é o pagamento para qualquer conquista...

Adorei a imagem... De onde é?

Beeijoo

Jéssica Lane disse...

Boa observação!
infelizmente o homem supervaloriza o sangue derramado, que depois se torna inútil, e não o sangue vivo, que corre nas pessoas! Só sabem disseminar a morte, mesmo falando em nome da vida.

BjoO!

C. Beccari disse...

"Ninguém notará a rosa se houver sangue a não ser que a rosa sangre." Preciso dizer mais nada.

Ana Botelho disse...

O sangue derramado leva alguma coisa ao homem, acho que um prazer em ver a dor.
Inútil ao meu ver, perdoar é mais difícil que machucar, porque perdoamo com a alma.

Beijos