Brisa Vermelha



Sob os sons do silêncio acordou-me a mais leve brisa...

Fez-me frio, fez-me medo..., fez-me sede de obsessão... tocou-me ela com o mais doce sentimento do proibido...

Senti no teu perfume a doçura do veneno, enganei-me com ele no gole da perdição... “fui levado”, perdi a mim mesmo e a meu ideal...

Eu perdi 'lógica’

O doce tornou puro amargo e sua pureza virou meu pecado...

Divino talvez fosse a expressão pro segundo, mas o momento sugeriu ‘voracidade’.

Clamor por silêncio onde o calado tornou-se sinônimo de segurança..., não houve meios, não houve vontade, não houve o porque parar... não parei, não desfiz, não julguei e não fui julgado... mas devia.

A mente viajou, tomou vida e agiu por si, me abandonou nas águas vermelhas do fogo e do som..., me pediu silencio, me pediu abafo, me pediu controle... obedeci ‘menti’.

O calafrio fez-me o acordar da alma, deitou-me no leito do sangue e tapou minha voz..., deixou-me ecoar por mim mesmo quando clamava por liberdade amando a prisão do momento... me prendi, me prendi, me prendi...

Fui libertado... jogado pelos céus e emaranhado pelos anjos, deitei-me junto ao coração que me fez bater, senti o pulso da alma nos olhos e olhei... podia dizer que ainda estava vivo...

Podia ainda dizer que teria sobrevivido ao gole do desejo... e aos efeitos do pecado...

Nenhum comentário: